Energúmena morte

Energúmena morte

Na minha morte teve festa e música alta.

Eu tinha dezenove anos, ainda não sabia

o que era engano.

Morri com ela aos dezoito anos com uma

louca euforia em panos.

Fiquei tentando viver longos vintes poucos

anos.

Mas era difícil ressuscitar com aquela

energúmena.

Cheio de merdas no entorno existencial.

Quanta discórdia e burrice pragmática,

até no sexo perdi a prática.

O meu velório tinha pessoas angustiadas e

abstraídas.

Minha mãe morreu depois com agonia no

rosto morreu mais de desgosto.

Na minha morte falei pouco com quem eu

mais amava.

Entrei em decomposição sem composição

poética.

Estou me avigorando pra nascer de novo

nesse plano que ajudei a me matar vivo.

Eu nem cheguei ao céu ou quis ficar no

inferno.

Foi no inverno que me desfiz do terno de

madeira terreno.

Sem a branca me escoltando, só feliz e
sereno, em paz me fiz moreno já me
 amando.

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Franca

Franca

Minha Franca querida.

Cidade limpa e florida.

Bem central feito um

belo girassol.

Está nosso lindo e raro

relógio do Sol.

Cidade dos diamantes.

Cidade da minha amante.

Franca do melhor café

do mundo.

De Franca pra Europa e

América do norte.

É!!! Nosso calçado é forte.

Como é bom ver nosso

basquete, estamos entre

os melhores pra ser modesto.

De resto um clima bom de

viver.

Franca com seu jeito mineiro

de ser.

Franca é paulista, foi Franca

do imperador.

Cidade sem favelas, cidade

bem cuidada, cidade bela.

Fracamente falando sou

apaixonado por ela.

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Vi só o outro fluxo

Vi só o outro fluxo



Mistério é sempre mistério.
Sêmen vira cemitério.

Quem é sério é um caso sério.
Quem é adulto está sujeito ao
adultério.

A sorte é pra quem tem sorte.
A morte já nasce morta.

A reta se perde na curva.
A digital se esconde na luva.

Se leio eu leio é pra deixar de
ser leigo.
Se te vejo beijo-te.

Se te beijo-te não te vejo.
Se pego com pegada é por que
te desejo.

Se levo a vida é porque a vida
me leva.
Se paro e os meus cabelos aparo.

São raros os zelos dos caros.
Se escrevo meio sem sentido é

porque senti o desejo de ser
fingido.
Mas tingindo estou e entusiasmado
eu vou.

Escrevendo o que quero, e não o
que meu eu superior manda.
Pois se assim for, me desespero.

Sério parece tudo um mistério.











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Que pena!!!

Que pena!!!

Você nunca disse que me amava.

Eu nunca te levei pra cama como

desejava.

Você não me prometeu nada.

Eu não pude te cobrar asas.

Como correr risco se não der

certo terei mais uma dor.

Se virar pesadelo o seu amor.

Você não me deu parabéns, eu

acho que nunca fui seu bem.

Foi dura comigo não deixou eu

ser seu amigo.

Confundiu meu jeito atrapalhado.

Você me chamou de safado.

Adeus, adeus e à Deus...

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A MORTE CERTA

A MORTE CERTA



 

Fui surpreso em pleno viço.
com a certa e aparente morte.
A morte judiciosa que não

aceita não.

Uns vem sem ser bem recebido.
Outros vão sem almejar e viram
ente querido.

Fétida e intempestiva ceifa os

bons e os de mal com a vida.

Às vezes é chamada.
Outra é desgraçada.

De vez enquanto tem ajuda do

diabo.

Até nasce pronta pra decomposição.
Vai e volta com formas cruéis e sutis.

Destrói países e agrada os ambiciosos

e imbecis.

A morte? Sei lá se é negra.
De dia também se morre.

Outros agonizam e ninguém socorre.
Os vivos e loucos ajudam por prazer.

Prazer de ver sangue escorrer.

Sangue que não corre na veia de quem

morre.

Nasce? Nasce e morre? Morre e nasce?

Ou só morre?

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Desculpe amor!!!

Desculpe amor!!!

Desculpe quem se encontrou com amor.

Mas por hora o amor me dulcificou e foi

embora, eu não queria ela.

Com um jeito doce e sorridente foi-me

seduzindo.

Eu tolo fui caindo sem perceber, me

apaixonei .

Quando eu errei sem almejar ela se esvaiu

sem dó e sem piedade.

De verdade fiquei de mal com o amor.

Um amor intenso, penso que foi só pra

me turbar.

Perdi o senso perdi o ar, ela um encanto

deixou-me no canto esquecido.

Senti vencido e acabrunhado, me achei um

coitado e sem ação.

Devia estar mesmo na contramão, ela

faceira e fogosa sorridente e toda prosa.

Mandou eu sumi, sumi e me “contraí”.

E agora está tardando passar as horas.

Vou extirpar o amor com paixão, pois ele

beira a loucura e nos tira a razão.

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Quero asas

Quero asas

Preciso de asas, preciso de um novo ar.

As asas que estão me oferecendo não

são seguras, talvez não dure.

As asas que vem de longe estão divididas.

Com um pé no passado e os dois no

presente.

Seu atroz querendo perdão e seu amistoso

com garras em cima.

É uma ave bela inquieta e com pressa.

Tem tudo que eu anseio, é do jeito que

eu imaginei, mas veio na hora errada.

Meu anjo consorte precisa urgentemente

ser contemplada.

Vou deixar essas asas de luz, vou perder

o empasse e desocupar a cancha.

Adeus ave bela, terei você na memória 

com calentura.

Não deu pra ser, seja você então feliz com

suas asas livre e dourada.

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Que gata

Que gata



Minha gata é linda e anda de vagar.

Ela tem olhos verdes e brilhantes.

Esfrega-me, mas como gosta de se
esfregar.

É esperta quando vai cair se vira.

De cor branca de neve, sutil e leve.

Adora quando no colo eu a carregue.

Tem dias que dorme comigo no sofá.

Fala mais pelo olhar, minha gata tem
um jeito especial de me tratar.









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O poeta chorou

O poeta chorou

Hoje chorei de amor, chorei de dor.

Hoje ela disse não quero.

Hoje senti uma dor no peito e ficou

triste minha alma, mero pobre e

poeta louco. Hoje me senti pouco.

Hoje perdi meus argumentos ela

desprezou os meus tormentos.

Ela é linda, sou mais um entre

tantos que lhe querem.

Uma mulher especial, mas que por

hora o amor não foi primoroso.

Uma mulher admirável, mas que por

hora o amor não foi corajoso.

Sentirei falta do seu carinho disso

estou certo, morrerei de sede do

seu amor no deserto.

Quero a sua felicidade, mas preferiria

que fosse comigo, vou me contentar

em ser apenas ser seu amigo.

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O Vale da morte é aqui

O Vale da morte é aqui

No vale da morte mora há fome à miséria. 

O vale da morte prevalece à ignorância.

Têm coisas esquecidas, coisas sérias. 

Não tem vidas passadas, mas arrogância.

O luxo comanda o malvado manda. 

Musica clássica para chefe e aos seus

comandados uma pobre banda.

No vale da morte ainda não está morto. 

Mas é como se estivesse ali não adianta

mais prece.

A condenação é terrena a força do fraco

é mesmo pequena.

Olhar descontente, bocas sem dentes e

riso sem graça. 

Distrai a mente com horas loucas frente

ao copo de cachaça.

Quando a lei do vale me faz feliz vem o

luxo e o malvado e muda a diretriz.

Compram meus votos e ao santo sem

sentir sua presença faço voto com uma

nova promessa.

Na procura não me acho, me perco na

pressa. 

No vale da morte corre solto o pó da morte.

De sorte uns escapam e outros viram pó

de cheiro forte.

O chefe finge que ajuda até parece que a

coisa ruim sumiu.

Mas o luxo e o chefe te mandam pra puta

que......

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Perdição

Perdição  

Um crepúsculo, negro lusco-fusco negro. Tum, tum,

tum, sons de pisadas fortes.

Uuuuuuuu do vento, vento gelado com risadas de

fundo, kákákákáká.

Era um bando de serpentes que traiam as Evas, que

aparelhavam os Adãos.

Começou a discórdia no paraíso, Eva começou usar

mini saia.

“Adão e Eva não mais se dão”.

Caim matou seu irmão, que família!!! Onde era mesmo

essa ilha?

Foi o enceto de nossa geração, uma ação de uma costela

de adão.

Ainda existe inveja entre os irmãos.

Está escrito sem endereço certo, mas Adão não conheceu

o deserto.

E a dieta de Eva era vã, extenuou a humanidade comendo

a doce maçã.    

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Quero você

Quero você

Quero te encher de poemas e palavras bonitas

de amor.

Quero te levar ao cinema e senti o seu perfume,

seu calor.

Quero teu beijo ardente que somente eu possa

senti com desejo forte e viril.

Quero rosar sua nuca como nunca, mulher fera,

gostosa, linda, forte e febril.

Quero mergulhar no seu mundo e num segundo

senti o seu gosto, que delicia!!!

Quero atingir o seu máximo como um louco

insaciável com suas caricias.

Quero o desfrutar o seu fruto, quero o amor

que é justo belo e real.

Quero você sobre o meu todo, cavalgando no

meu corpo sobrenatural.

Quero acordar ao seu lado, ser seu homem,

todo teu puro e safado.

Quero amar ser amado com gosto divino e

com sabor de pecado.

Quero a mulher toda minha, quero ver o que

antes eu não via.

Quero dormir com seu corpo colado ao meu

como anestesia.

Quero a menina fatal, quero um mar de alegria.

Quero a mulher animal, quero mais que fantasia.

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Poesia é assim

Poesia é assim

Poesia é assim colocamos mel no amargo

da vida.

Chamamos de menina a mulher já crescida.

Damos o fim que queremos e decoramos

com rimas.

Sentimos o que o outro sente.

Somos anjos, somos serpentes.

O louco vira poeta.

O poeta por amor enlouquece.

Descrevemos o que não vemos e como

profeta, descobrimos o que não sentimos.

Na poesia uma paixão intensa é matéria

prima pra versos quase todos os dias.

Descrevemos tristezas quando sentimos

alegrias.

Sorrimos no papel quando a alma desarmada

fica fria.

A poesia é assim uma escrita bem escrita

pra ilustrar a vida e o dia a dia.

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Deus ou o diabo?

Deus ou o diabo?

Quem que a morte obedece?

Quantas mortes têm?

Ela agradece prece ?

Ela é do mal ou do bem?

Quem que a morte obedece?

O mártir da cruz?

Ou a serpente que o conduz?

Quem que a morte obedece?

Madre Tereza de Calcutá?

Ou Hitler com prazer de matar?

Quem que a morte obedece?

O rico doente se definhando?

Ou o pobre na seca se evaporando?

Quem que a morte obedece?

Os famigerados esquecidos

os chamados de coitado?

Ela obedece A Deus ou ao Diabo?

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