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quinta-feira, 19 de abril de 2012

Cingindo a morte



Cingindo a morte



Veio em meu sonho, sedosa, afetuosa
feito ave plainando.

Contemplei fixamente o seu corpo
sinuoso e perigoso.

Com o terço nas costas, curvas a mostra,
anjo sexual e divino.

O vento gelado avivava a noite escura,
era temor e brandura.

Beijei sua boca horas a fio, corpo quente
corpo frio, trem e trilho.

Seu ar era gélido, lhe dei rosas vermelhas,
cheiraste demoradamente.

Você me deu a mão, andamos pelo jardim
um casal de corpo e alma.

Meu medo era forte, mas o fascínio era
a arma de morte fatal.

Abraçamo-nos novamente senti um
frêmito diferente.

Era eu cingindo a morte sedutora,
ela era a autora.

Perdi-me, me fundi a ela sem abranger,
despertei-me vivo querendo morrer.









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O NOVO POETA. (W.Marques).

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Polos



Polos



Eu vi um urso polar.
Minha mulher é bipolar.

No meu lar não há polos.
Eu sou hetero e não bi.

O meu ar não é poluído.
Sou homogêneo e não gênio.

Mas meus dias estão indo.
O meu mau gênio é chato.

Os meus atos no meu lar
tri, bi e po é de artista.

Ando na corda bamba,
danço rock, danço samba.

Pra viver é melhor não saber
quem és tu ou com quem vai
conviver.

Se não der certo o certo é
deixar de ser.












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segunda-feira, 2 de abril de 2012

Ferida sagrada



Ferida sagrada




Sobe um espectro no espaço sem zelo.
Reza dentro dos meus pesadelos com
uma ferida sobre natural, eu me enrolo
num deleite astral.

Lambi-te no passado e ainda almejo e                                                               
evaporo.
Minha guerra de ilusões nesse mundo
eu ignoro.

Um funeral de corpos que se deitam e
depois se levantam.
Uma desgraça sem graça que vem do
diabo que agiganta.

Com minha vida morta com meu quase
destino, é certo com minha fé ida eu me
mato  morto duas vezes no deserto.

O mal e cruel trucida numa moagem
que tem amor e cheiro de um manto
sagrado com certa sacanagem.

O diabo fica com o caldo e diz por que
veio no meu peito e no teu seio.













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