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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Cavado da caveira



Cavado da caveira




Minha sina privada ecoou um clamor
interior que impressiona lá no cavado
da caverna. Ele lagrimou sacrificado
com remorso, foi o auge, grande dor.

Apontada e tranquila é meu paço.
Meu distraído planeta já faz parte
nesse imerjo ecumênico, quase arte.
Irá absorver um vigarista, um palhaço.

Na caveira um cordel que crava o povo.
Cera de máscaras na inconsciência fria.
Perdera as pessoas que estão vazias.
Rara ânsia num desejo que dá engodo.

Perfazes e o tabloide das loucas caveiras.
Carcaças ou velhas mortas e um ar pagão.
Vigores rolavam nos nobres seres cristãos.
Voavam seres diabólicos em suas asneiras.














O NOVO POETA. (W.Marques).

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Isabela



Isabela



Não pude deixar passar desapercebida
aquela mulher tão bela.
Seu jeito elegante de andar pela viela
encanta os velhos e os moços, uma
linda magrela.

Moça feita, lindo corpo, belos adornos,
deliciosos contornos e belas canelas.
Seu jeito, seu gesto sutil provoca
desejo do abraço e do beijo da doce
donzela.

Eu atrevido dei outra olhadela, ela
sorriu me olhando de lado deu uma
piscadela.
Eu quero essa flor, tem cheiro de amor
e é dona de belas costelas.

Já descobri o seu nome e vou rezar pra
tudo quanto é santo e acender uma
vela.
Seu nome diz tudo, minha princesa
Isabela...















O NOVO POETA. (W.Marques).

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Mulher latina



Mulher latina  



Impressionei-me olhando na sua retina
e vendo sua vista cristalina.
Era uma doçura a menina, um tanto
traquina mas com certa disciplina.

Apaixonei-me pela pequenina, a alma
clareia a vida ilumina.
Mulher latina, fina. Quero que ela
seja minha sorte, minha sina.

Se ela me quiser já falei com o homem
da batina, eu caso e minha angustia
termina.
Sem dizer “patavina” vou buscar um
anel de turmalina, já comprei uma casa
na campina.

Serei feliz sem rotina, plantei um pé
de tangerina lá no alto da colina.
Quero beijar muito essa bela moça e
lambuza a boca em tom carmina.












O NOVO POETA. (W.Marques).

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Orgulho dos pés



Orgulho dos pés



O afetuoso orgulho dos pés dormia.
A brasa em mineral tinha um reino
com guaridas telúricas nessa hora
que já ardia.

Aversões dos esputos os recebiam.
Ultraje recebia na minha cara, com
bastardas abióticas reuniões.
Impetuoso estava o céu implacável
perante as aberrações.

Carruagem num canto com leões.
Para os manicômios os eram levados
os muitos, quase vermes  em emoções.

Exercidos com o acervo da cobiça, uma
vultosa língua a tremer saia da saia do
padre da missa.

Eu vivo sem coerência e sem forma com
uma fleuma minha unidade vai esquivando.
Minha alma autônoma se desconjuntava
sem amor, mas me amando.

Eu destrutivo gênio, epiléptico, e minha
tez ia cortando o melanismo nos meus
nervos esqueléticos.

Numa inclusão monarquista de tudo,
reunidas eram minhas forças que eu
trazia.
Afoitas generalizações grandes e em
demasia.

Estudo de longos e longos anos...
Os véus eram os dramas sinistros.
Personagem sombrio na minha alma
em engano.

Viagem que absorvia o grande Deus,
Que elevava minha potencialidade viril.
Uma cabeça atormentadíssima.
Nervos com rebeldia acérrima e juvenil.

Por ver-vos no alto do céu ele se erguia.
Cresceu não tátil, mas com certa
alucinação e euforia.














O NOVO POETA. (W.Marques).

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Cobra coral



Cobra coral



Tem uma cobra grande, enrolada
e envenenada com veneno pleno.

Tem de sobra, uma anta infeliz em
arruaça e com um aceno sereno.

A cobra branca é a mãe da coral
brilhosa e  muito venenosa.

A filha tinha o mesmo veneno
fatal e uma força fibrosa, era
uma cobra diferente e orgulhosa.

Enterrei a coral sob o piso, depois
decepei a força fatal, era preciso.

A cobra branca gerou mais veneno.
Incorporou nos corpos dos pequenos.

A maldade tinha a graça dos idos e
idiotas.
A nata tinha alça nas linhas incertas
e tortas.

As mortas eram mais vivas e os vivos
estavam de volta nas novas idas.

Quase que as vadias levaram as
pistas.
Quase! Mas ainda não as perdi de
vista...


















O NOVO POETA. (W.Marques). 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Infância



Infância





Morreu minha gostosa infância.
Morreu minha boa mocidade.
Vivo hoje outra verdade.

Pra onde foi o bairro que cresci?
Os campinhos de futebol? Que
junto com meus amigos eu me
divertia.

Tinha brejos, sapos cantando,
as ruas sem asfaltos, a escola,
a professora me ensinando.

Pra onde foi?

Passei por lá, meu pai velhinho,
as ruas vazias, meus amigos
noutros caminhos.

Alguns morreram outros
se perderam pela vida. Não
reconheci minha namorada
antiga.
Como ela está mudada!!!

A vendinha da esquina daquele
tempo virou loja de roupa fina.
O dono da venda morreu de
velho, saudades do senhor Nélio...

Nossa!!! Morreu boa parte
de mim.














O NOVO POETA. (W.Marques).