Total de visualizações de página

sábado, 29 de outubro de 2011

Dias fúnebres



Dias fúnebres  


Eu estava morto há anos dentro de um invólucro
ou no caixão imposto.
Lamentava a sorte e o tempo que andei na contra
mão e do lado fosco.

Eles me carregavam, eu não conseguia sair dali
pelos os meus zelos.
Mas eu tinha filhos, mulher conta que passavam
da conta, pesadelos.

Tentaram me despertar, mas eu fingi que estava
de fato todo morto.
O tempo estava passando e a hora do meu ir
tinha chegado torto.

Há muito tempo morto agora carregado de
muito e forte desgosto.
Fui consumido em demora e agora tinha vindo,
já não mais um moço.

Da fruta do elo perdido comi, engasguei com
saliva e com o caroço.
Espero não morrer de novo no ano que vem
e sair deste belo poço.

À tempo pra tudo, pra se cumpri o destino e o
nosso ou não gosto.
Verás nova alegria e um novo sorriso no vulto
do meu novo rosto.












O NOVO POETA. (W.Marques).

sábado, 22 de outubro de 2011

Anelado em giz




Anelado em giz





Quero encontrar um amparo na sombra do teu nome,
na vista de um campo, um arbusto.

Quero te amar, ser raro, sem a ronda que come um
artista santo e ver seu lindo busto.

Quero seu apoio pra manter incorporado e feliz e me
alinhar deitado no seu chão.

Não quero ser o joio e nem ser anelado em giz pra
sonhar como coitado sem pão.

Não é minha caneta injusta e irresponsável, queria
arrastá-la só pra esse propósito.

Pra rimar palavras e pensar como é dado lugar a um
sofrimento desnecessário e insólito.

Quem poderia ser o artesão do sofrimento tão rude
que desenhou com uma mão criminosa.

Sou um desmamado de um retrato que esperava
uma musa ou o endereço da rainha manhosa.

Temia um raio vindo da sua mão justiceira e direta.
Mas foi minha caneta que te criou???

Não vou restaurar justiça e me manter sem punição
pois minha mente já atordoou.

Seus vícios também eram gananciosos com pitada de
arrogância, mas deixou lembranças.

Passo a ti meu coração no papel que redijo e assino,
se meu espírito acordar sem caneta te visito na
primavera e quero que namore comigo e me chame
de menino.

Levarei flores e deixarei de ser réu.
Destruirei o tempo que fui fel.

Seguirei guiado pelas minhas veias, independente da
maneira que andares ou se serei uma presa fácil em
sua teia...















O NOVO POETA. (W.Marques).

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Lolô casou




Lolô casou





Primeiro banho.
Primeira palavra.
Primeiro passo.
Primeira filha.

O equilíbrio na reta.
O equilíbrio na vida.
O equilíbrio na bicicleta.

Primeiro sonho.
Primeira meta.

Passar de ano na escola e
ganhar uma nova boneca.

De salto alto, batom na boca
Imitando a mamãe com olhar
de sapeca, essa é a Lolô levada
da breca.

Depois menina moça procurando
um  menino pra beijar na boca.

Adiantada nos estudos conhece o
mundo e alguém pra ficar ao seu
lado.

Mulher feita já com namorado e
feliz com que lhe foi dado.

Depois veio o noivado e logo em
seguida o vestido branco de véu
e grinalda.

Vem ela toda sorridente e arrumada.
Hoje dia 15 minha filha está casada.
















O NOVO POETA. (W.Marques).

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

“Versos e reverso”



“Versos e reverso”




As vezes meus versos são o reverso do que digo,
mas digo de tal jeito que choro com a minha
tristeza criada.

E rio da minha desgraça como se ela não existisse
e faço piada.

Conto meus sonhos verdadeiros e mentirosos ao
mesmo tempo.

Conto meus contos de réis que resta no real vivo
em tormentos.

Caso de novo sem ter caso ou casamento, compro
amigos com sorrisos e poesias que faço em dias
de alegria.

Terminei da minha namorada que pensei que
de fato existia.

Coloquei hoje depois do vinho a meia por cima
do sapato.

Estou junto com a tristeza esperando a alegria
no quarto.

Mas talvez minha tristeza seja de mentira e sem
tato.

E quem sabe minha alegria de mentira se torne
um ato.












O NOVO POETA. (W.Marques).