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domingo, 27 de março de 2011

Energúmena morte




Energúmena morte




Na minha morte teve festa e música alta.

Eu tinha dezenove anos, ainda não sabia
o que era engano.

Morri com ela aos dezoito anos com uma
louca euforia em panos.

Fiquei tentando viver longos vintes poucos
anos.
Mas era difícil ressuscitar com aquela
energúmena.

Cheio de merdas no entorno existencial.

Quanta discórdia e burrice pragmática,
até no sexo perdi a prática.

O meu velório tinha pessoas angustiadas e
abstraídas.

Minha mãe morreu depois com agonia no
rosto morreu mais de desgosto.

Na minha morte falei pouco com quem eu
mais amava.

Entrei em decomposição sem composição
poética.

Estou me avigorando pra nascer de novo
nesse plano que ajudei a me matar vivo.

Eu nem cheguei ao céu ou quis ficar no
inferno.

Foi no inverno que me desfiz do terno de
madeira terreno.

Sem a branca me escoltando, só feliz e
sereno, em paz me fiz moreno já me
 amando.











O NOVO POETA. (W.Marques).

Um comentário:

Marisa disse...

A morte assusta-me, mas eu não posso parar
sozinho no escuro à espera do resto silenciado
sua mão magra
acaricia o meu rosto
Estou tensa e assustada
Como é estranho
Eu não sinto dor
Eu não tenho medo
talvez ela não é tão assustador ..